O que acharam?
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Novo Layout
A mudança se deu, pois pensei que seria melhor ter uma imagem mais autoral no título do blog, acabei por mudar o fundo e essa versão ainda não está bem fechada.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Anatomia
onde eles eram os únicos a falar uma língua latina
surge um tema da consistência do ser humano:
não compreendia a beleza envolta em
surge um tema da consistência do ser humano:
não compreendia a beleza envolta em
um corpo sem vida, envolto em resina.
Dissecação anatômica perfeita,
mostrando cada detalhe ignorado
sob o manto da pele.
mostrando cada detalhe ignorado
sob o manto da pele.
Aquilo somos nós, aquilo era o que ignorávamos pedaço protéico a se decompor lentamente, nossa glicerina: nossa vida a qual tentava resistir com mais flexibilidade ao passar do tempo.
Tocando e espalhando-se na matéria sobre a gélida mesa de metal espelhamos e contemplamos a beleza e desenvoltura da morfologia deste animal chamado o homem.
Não compreendia a beleza do cadáver aquele que nunca se debruçou sob o corpo cadavérico de um desconhecido, amou aquele que se cedeu além vida para o desenvolvimento cientifico ou lamentou o passado daquele pobre indigente de estomago atrofiado.
Nunca gostou das aulas de anatomia, o formol irritava a mucosa nasal e seus olhos lacrimejavam. Enquanto todos tratavam aquilo como uma peça, ela ficava a pensar sobre as reflexões que haviam habitado a juventude daquela hemicabeça, talvez o formol fosse mera desculpa.
Créditos da foto
Obvious: um olhar mais demorado
Ótimo blog por sinal
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Manhã de Sábado
-Bom dia...
-Bom dia...
-...
-zzzz....
-Não vais levantar?
-Sinto não possuir forças.
-Hm.
Começava-se o dialogo mudo entre dois quase desconhecidos, mente ainda adormecida, tentando refazer os caminhos da noite anterior. Dialogo com meias palavras, conduzido de modo pausado, sussurrado, desritmado, descompensado, arrastado, esbarrando entre os lábios que tendem a se fechar, de modo a fazer companhia aos olhos. O sol de sábado iluminava minimamente o quarto, iluminava o corpo pálido com ossos proeminentes.
O protocolo fora quebrado, deveriam levanta-se e despedir-se. Ficou lá, o tempo a transcorrer. Ela resolve colocar um sobretudo e ir a farmácia, sai então de modo indiscreto, sobretudo frente ao sol, chinelo, resquícios de maquiagem da noite passada, cabelo despenteado, exalando a fumaça de cigarros alheios diluídos em suor e fluidos. Olhar desinteressado frente aos olhares de reprovação. Pega um pacote grande de preservativos e uma escova de dentes, sem cerimônias, paga, guarda no bolso e volta pelo caminho em seu andar rastejante sob as havaianas que quase se perdem pelo caminho.
Lá está ele do modo como o deixou.
-Comprei isso aqui... Faça favor de usá-los já que vai ficar ai... - Diz ao colocar sob a escrivaninha.
-Hm...
-Vai comer?
-Não, não precisa. Não consigo sair daqui...
-Vou pedir comida para a gente então.
-Não tenho dinheiro.
-Eu tenho... Não dá nada.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Garoa e Vinho Tinto
Voltei, o silencio permaneceu
Ficara para sempre em seus lábios
Ao contrário de mim
Não se pronunciara no inicio
Calou-se para sempre ao chegar o fim
E assim tudo acabou como se nunca houvesse existido
Como um devaneio unilateral mantido em segredo eterno
Créditos da Foto
Modificado de
http://www.saopaulo.sp.gov.br/bancoImagens/albuns/7010/_d30075.jpg
Créditos da Foto
Modificado de
http://www.saopaulo.sp.gov.br/bancoImagens/albuns/7010/_d30075.jpg
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
O silencio ocupa a alma, o branco encobre o papel, os músculos fadigados recusam-se a tecer mais uma história. De repente não há mais o que falar. Por quê? O que mudou? Ao pensar sobre isso me lembrei de seus escritos... Sinto antiga palpitação, assunto antigo, no entanto a euforia repete-se como da primeira vez. Por que não aceitas de uma vez? Por que não consegues conviver com isso? Por que não paras? O que tem você? Começas a perder-te no meio de toda insanidade, começa a delirar como Raskólnikov, começa a compreender Werther. Não, nunca acreditou que tudo aquilo foi amor, era apenas uma idéia fixa. Muitas pessoas morrerem disso, uma lástima que a elas não cabem as estatísticas.
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