segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dois mil e treze



Passaram-se dois anos da Jornada, onde começamos a a viagem de Virgílio, mas ao inverso. O encontro com Beatriz se dera de início no céu, o primeiro, dos sete paraísos que viriam. Descemos até o subterrâneo, purgatório, concret jungle, babylon, grande sp.  Flutuamos até cair no abismo. Perdi as asas como Ícaro ao não consegui manter distância segura, entorpecido de volúpia, hipnotizado, pelos raios solares que percorriam seu corpo e aqueciam sua alma. Não existe prazer maior do que a sensação de plenitude, de infinito, o silêncio do céu e a candura das nuvens. A cima destas o sol sempre brilha.

Do purgatório sem asas, perdida, conheci meus limites. Do céu cai no purgatório e deste me afoguei em um mar de ódio o qual não conhecia a existência. Voltei para casa, fiz compressas de gelo no rigoroso inverno curitibano, nada parecia adiantar. Então você voltou, ficamos inertes observando tudo se desfazer. Fissura, abstinência, olhar para tudo aquilo e sentir um vazio, luto. Indiferença.

Com tudo isso conheci o melhor e pior do que existe em mim, vi que tudo passa e com o tempo todas as feridas cicatrizam, o tempo passa, as memórias ficam, juntos passamos mais dias no céu do que em qualquer outro lugar. Nunca reconheci tantos tons de azul que não ao teu lado. Já não sei se vale a pena qualquer tentativa, qualquer palavra. Escrevo para tentar não esquecer apenas, para tentar compreender, sistematizar, organizar todos esses sentimentos que ficaram por muito tempo abandonados, ignorados, sufocados, os quais tentei matar de inanição um pouco a cada dia. Não espero respostas, não espero mais nada. A realidade é outra, a vida se renova.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

aqueles textos perdidos na gaveta sem data



É de noite que as coisas acontecem, é a noite que os fantasmas, as fadas, papai noel, os ídolos do rock aparecem.  Saudades de quando além de tudo isso você também aparecia. A noite é que os pensamentos mais aclamados do dia retornam a cabeça. No escuro, acalentado, suculento e bonito repousa o corpo nu, sinuoso, formoso e bonito. Por fora tudo pacato, tranquilo. Por dentro os pensamentos do nada, interrompem um vazio. Do silêncio a efervescência, tal como a tranquilidade da água: quebrada ao ser atingida por um comprimido efervescente de aspirina. Naquela noite decidiria seu próximo destino.
Destino este que sempre fez suas escolhas ao acaso, desatinos que tentam ser entendidos a noite. Seja no bar, seja na insônia de sexta-feira a noite no interior, onde não há nenhum bar aberto por quilômetros.


‎sábado, ‎11‎ de ‎janeiro‎ de ‎2014, ‏‎01:42:30

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Cura Hetero


Vou parar. Já cortei da dieta carne, leite, ovos, mas ainda não cortei o sofrimento animal da minha vida, me refiro ao meu próprio, meu amor próprio. Preciso parar de comer homens. Vou me alistar no exercito gayzista e implementar nossa ditadura da minoria oprimida, vamos sair matando homens, heteros, cis, brancos, pais de família. Mataremos o poder hegemônico. Não sobrará pedra sobre pedra. “Você está sendo extremista, estás sendo radical”— me dirão. Provavelmente um desses homens que citei que se sente oprimido por não vivenciar a verdadeira opressão. “Eu posso entender a opressão sem vive-la”. Não, querido, tu jamais saberás e por não saber em algum momento tenderás a menospreza-la. “Ah, vamos, você está exagerando” – me dirás. Tu me dirás que sou extremista ao declarar guerra, mas creio que isso seja mera formalidade. Declarando guerra estou apenas jogando na cara da sociedade aquilo que ela vira a cara para não ver. Todos os dias mulheres são violentadas, ameaçadas, subjugadas, estupradas, desfiguradas.  Mas quem está sofrendo é você homem privilegiado que quando pela primeira vez não é ouvido, não sou obrigada a lhe dar atenção. Todos os meios já lhe dão voz. Essa ecoa o tempo todo. Fomos criadas ouvindo essa voz do Grande Irmão nos dizendo o que fazer, como nos portar, nos culpabilizando por tudo. Não sou obrigada a te ouvir, já sei tua opinião e opressor e oprimido nunca chegarão em um consenso. Não há igualdade em uma relação heterossexual. Não existe liberdade sexual enquanto não houver igualdade de gênero. Não existe amor livre para quem nunca aprendeu a amar.

terça-feira, 22 de julho de 2014

entre curitiba e santa catarina

viver em curitiba dói
é uma dor q vicia
mas ainda assim
uma dor que angustia

-fiz ate uma poesia,
não enxergas a dor em cada esquina?

em santa catarina o sol predomina
sol me remete alegria
mas sim, curitiba é poesia
é dor q vicia
desatina

terça-feira, 1 de julho de 2014

p.10

De fato já não sabia. O livro que havia aberto a deixou angustiada antes da página 10. Conhecia o escritor de longa data, no entanto, pouco restou com o passar do tempo. Ao adquirir o livro em suas mãos com cheiro de impressão recém-feita, folhas sem nenhum manuseio: taquicardia. As mãos começaram a suar, melhor postergar a leitura. Não, não conseguia se afastar do livro sobre a mesa. Adiou então os compromissos e se debruçou. De imediato, tentou se identifica com alguma personagem como se, de algum modo, aquilo pudesse lhe conectar com alguma parte de seu passado. O livro falava de emoções, de empatia. Ao contrario do que ela costumava presenciar no passado de seus dias. Nada havia mudado desde o ano passado, apenas que havia concluído tudo que estava fazendo na época: o estágio no laboratório de análises clínicas, as viagens, o namoro, até mesmo a vontade de se envolver. E, pior do que isso, não só a vontade de se envolver apaixonadamente, sexualmente, ideologicamente com alguém, a vontade de se envolver com qualquer coisa. Apenas ia levando, sem criar vínculos. Passava os dias bem, as noites pouco fazia, o frio não lhe dava vontade de nada a não ser dormir. A beleza já passara despercebida, os prováveis problemas futuros já interviam sobre ela. Essa série de pensamentos passavam em sua cabeça enquanto fingia para si mesma ler o livro. Chegada a página 10 pegou uma seda, colocou no bolso direito da camisa xadrez, pegou a bicicleta e saiu.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Limbo



Vai passar. Pode ter certeza. É mais um daqueles momentos de mudanças onde não conseguimos achar nada do que procuramos, está tudo encaixotado, nos moldes da abnt. Está tudo certo, correndo plenamente bem. Faze de transição é isso. Onde com o corpo em cima da cama nos debrussamos para ver os monstros que moram de baixo dela.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Drogas, o problema do mundo?

Droga: substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária; qualquer substância que previne ou cura doenças ao causar alterações fisiológicas nos organismos... Tanto as para os seres humanos quanto para o meio ambiente, quanto como funcionam, de onde vêm, o que são. Só na universidade para entender. Talvez seja parte do mal das drogas. Mas isso na verdade é só um modo de explicar O QUE ELAS PODEM CAUSAR.
http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/08/05/ritalina-e-os-riscos-de-um-genocidio-do-futuro


As vezes de modo meio exagerado, mas escancarando a problematização da aceitação ou não de uma droga ser proveniente da INDÚSTRIA FARMACÊUTICA um melhor refino, feito por doutores tecnocratas. A invenção da BAYER, se é BAYER é bom?
http://2.bp.blogspot.com/-yEwIR1cgVbA/TuCQLtnNT_I/AAAAAAAAAHo/ULjAiIUwAN0/s1600/bayer-heroin.gif
A Bayer criou a heroína como medicamento para diminuir os danos do vicio em morfina.
http://hypescience.com/10-inacreditaveis-propagandas-antigas-de-cocaina-e-outras-drogas/
 

O que muda com os anos é o conceito, o que influencia muitas vezes no vicio é a condição social
http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/cocaina-e-crack-diferenca-e-classe-social-de-quem-consome/
O que torna algumas drogas como o alcool que tem danos muito mais severos ter venda livre e a maconha se banida, proibida. Interesses mercadológicos, ideologias eurocêntricas.
 

O problema são as drogas ou são a sociedade? Proibindo consomem-se drogas alteradas, vinda de caminhos ocultos. Comprando da indústria farmacêuticas você financia uma indústria que torturou milhares, das mais diversas formas, em seus testes, em seu modo de tratar a sociedade produtivista. Tal como o soma de aldous huxley. http://letras.mus.br/the-strokes/38770/traducao.html
Não sei, talvez isso tudo seja papo de gente das humanas... Malditos hippies comunistas...

Bem como, esta é uma conversa de todos aqueles que fogem do senso comum e da desinformação da grande mídia.

http://hypescience.com/10-inacreditaveis-propagandas-antigas-de-cocaina-e-outras-drogas/