quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Esvaindo-se

Ela fingia que lia o livro, mas na verdade pensamentos não a deixavam levantar vôo por aquela história. Ficava lá pensando naqueles dias não tão distantes... Ficava a reeler a mesma página com uma teimosia distraída.

O que seria aquela ficção perante a persistência daquelas memórias tão surreais quanto os quadros de Dalí. Aquele quadro surgira da espera...  Assim como a dela, que fingia ler enquanto ficava ali, tentando esconder atrás daquele livro, a ansiedade em vê-lo.

 A quem ela queria enganar?! O tédio escorria por entre aquela mesma página, a preguiça se apodera daquele corpo, envolvendo-a, formando uma áurea transparente. Que some de forma fulminante com o soar da campainha.