sábado, 17 de março de 2012

Escritos

Esse fim de noite, 
esse fim de dia,
essas histórias
cismam em não terminar.

Tudo que ronda minha mente,
 finge estar em meu coração.

Saudades de ti inexistência criada sordidamente sobre o idealismo de meus devaneios.
Escrevo o que se encontra no passado imerso em meus pensamentos, se este fosse presente, se fosse palpável apenas viveria, quando este não me é possível torno a transcrever.
Isso explica um pouco dos assuntos com um fim já delimitado, contidos em si e em minhas memórias, as quais são estas a única prova de tal existência, prova esta altamente refutável daquilo que há muito já não existe senão na mente de quem o cultiva.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Emêse

Fadigado,
insiste em andar em círculos,
a vertigem lhe alucina,
Confere-lhe perda
de toda e qualquer clareza.
Fala sozinho,
respondido pelo eco do lugar vazio.

Esse estado ébrio
conferido pela sobriedade do ser.
Sabia não ter saída;
Tarde demais,
Estava adita.

sábado, 10 de março de 2012

The Naked Reading



Devorava escritos,
como quem literalmente come
devorava as palavras rapidamente para saciar a fome,
outrora degustava lentamente.
Sempre procurando um chocolate em meio à despensa,
Buscando, no entanto, um meio amargo ou com pimenta.

Foto retida de  Obvious, um olhar mais demorado
Vale a pena ler do que se trata


segunda-feira, 5 de março de 2012

Discussão de Gênero

Cortaria meu clitóris para me afugentar destas dores
Abnegaria dos prazeres carnais
para ser tratada com um pouco mais de respeito
Um pouco menos de mentiras
Um pouco menos de machismo

Garotos de esquerda fascista,
Que se dizem feministas
Conheci alguns,
Apaixonei-me
Perdidamente
Doce utopia ao deslizar por entre as minhas pernas
Doces lábios que saiam do discurso e embalavam meu imaginário

Palavras belas, escolhidas para demonstrar maior erudição
Sempre garotos da área de Humanas,
Humanos, demasiadamente humanos
Ser desumano:  típico dos ser humano
Nunca entendi a Etimologia

Aquele estudante de comunicação que se calou
Para mim para todo o sempre
Foi quem me conduziu ao psicólogo e ao psiquiatra
Pensei que estaria passando dos limites ao sentir tudo aquilo
Queria um anestésico forte

Ele se calou em repudio as minhas palavras grossas
Ao meu escárnio, sarcasmo e ódio incontidos
Passei a pensar que a culpa era minha
Ele poderia dilacerar minha alma,
Eu assim havia permitido,
Ele era inocente,
Nada que eu havia falado fazia sentido
Não deveria tê-lo xingado

Mas melhor manter-se calado,
Assim ninguém mais é enganado,
Tal como ela havia sido
Eu seria a próxima da fila

Aquele outro pregava o amor livre,
Queria um relacionamento aberto,
Falava de feminismo.

Adentrei um relacionamento aberto onde
Ele pensava que só ele era inseguro
Onde eu era a vadia, prostituída
Onde ele poderia amar duas
E ele não se continha
quando eu conhecia
outros lábios
Todos parecem iguais,
Direita ou esquerda
Ele me disse não perceber seu machismo
Eis o problema da acomodação

domingo, 4 de março de 2012

As Badaladas

Nas madrugadas
envoltas pela ressaca,
dor de cabeça,
peso na consciência,
reconsidera-se a 

existência,
véspera de dia útil,
cabeça não descansa
a torrente de idéias
desconexas afoga
o ser humano.

Revirava-se na cama, levantava, tropeçava,
pisava sob os pensamentos coerentes,
batia o dedo no tocante,
chafurdava-se
no
interior de
seus monstros.

Escondidos
debaixo
da cama,
dentro
do ser
Prestes a
explodir,
prestes a
enlouquecer.

Suas vontades profanas a cercar sua vida;
busca escritos,
busca outras vidas

Espelhar-se e tentar dividir o peso da existência com desconhecidos,
apoiar-se sobre o frágil. Pisar sob cacos de vidros pensando se estes, pelo menos por esta única vez poderiam ajudar
a sustentar
o corpo
frágil e fraco.