viver em curitiba dói
é uma dor q vicia
mas ainda assim
uma dor que angustia
-fiz ate uma poesia,
não enxergas a dor em cada esquina?
em santa catarina o sol predomina
sol me remete alegria
mas sim, curitiba é poesia
é dor q vicia
desatina
terça-feira, 22 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
p.10
De fato já não sabia.
O livro que havia aberto a deixou angustiada antes da página 10.
Conhecia o escritor de longa data, no entanto, pouco restou com o
passar do tempo. Ao adquirir o livro em suas mãos com cheiro de
impressão recém-feita, folhas sem nenhum manuseio: taquicardia. As
mãos começaram a suar, melhor postergar a leitura. Não, não
conseguia se afastar do livro sobre a mesa. Adiou então os
compromissos e se debruçou. De imediato, tentou se identifica com
alguma personagem como se, de algum modo, aquilo pudesse lhe conectar
com alguma parte de seu passado. O livro falava de emoções, de
empatia. Ao contrario do que ela costumava presenciar no passado de
seus dias. Nada havia mudado desde o ano passado, apenas que havia
concluído tudo que estava fazendo na época: o estágio no
laboratório de análises clínicas, as viagens, o namoro, até mesmo
a vontade de se envolver. E, pior do que isso, não só a vontade de
se envolver apaixonadamente, sexualmente, ideologicamente com alguém,
a vontade de se envolver com qualquer coisa. Apenas ia levando, sem
criar vínculos. Passava os dias bem, as noites pouco fazia, o frio
não lhe dava vontade de nada a não ser dormir. A beleza já passara
despercebida, os prováveis problemas futuros já interviam sobre
ela. Essa série de pensamentos passavam em sua cabeça enquanto
fingia para si mesma ler o livro. Chegada a página 10 pegou uma
seda, colocou no bolso direito da camisa xadrez, pegou a bicicleta e
saiu.
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