segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Brinde

Á paixão levanto essa taça de vinho tinto. Ah paixão... Paixão inconstante tal quais as chuvas apocalípticas de verão, as quais tanto me agradam com seu odor límpido característico de terra molhada, com seus ventos sem destinos, com seu prenuncio de duração eterna, com seu fim inesperado, com duração indeterminada.

Dia desses ao sair feliz de casa encontrei um garoto no elevador, aquele que estava prestes a descobrir as maravilhas da adolescência... Estava arrumado e usava um perfume característico, como o de alguém que custei a descobrir, ele conferia os detalhes no espelho do elevador e eu pensava em quem seria a merecedora destes detalhes de alguém que parece sair para seu primeiro encontro, fiquei feliz ao perceber que coisas como essa não mudam com o tempo. Então a felicidade boba se apoderou de meu ser.

Lembrei-me da ultima vez que vi essa ao andar pelas ruas do centro, os prédios históricos e o cheiro de cultura sempre pairando pelo ar me fazem bem nessa cidade... Mas o motivo daquele dia era diferente. Lembrava de um carinho escancarado no qual nos dias de hoje só provem de casais, tratava-se de casal, mas de amigos quase irmãos, nada, além disso, amizade casta e intocável desacreditada por toda a sociedade. Abraçar as pessoas hoje em dia sinal do ser ébrio se apoderando do ser racional, abraçar as pessoas às vezes é realmente culpa da bebida, outras vezes a bebida que é desculpa para abraçar as pessoas sem se preocupar com os pré-julgamentos.


Hoje naquela profunda vivencia com seus entrelaces, com seus contrates tão bem definidos estava eu em minha longa viagem perto demais que alcançava e compreendia tudo. Minha paixão ao todo esparramada encontrava-se focalizada então naquilo que mais estimava, não mais em figuras inexistentes que eu transportei tantas vezes para atores reais. Agora tudo estava em seu lugar, e eu perdida no meio do macio.