segunda-feira, 13 de julho de 2009

Long Live Rock!


Ah essa paixão que move tanta gente, que acompanha paixões, aproxima pessoas, diferem muitas delas... Esse ano a comemoração é dupla: 40 anos de Woodstock em agosto.

O rock e suas múltiplas fases, sua infância ingênua, sua adolescência rebelde, revolucionária e byronista, sua depressão ao atingir maturidade, a sua diversidade na década passada. Porém agora anda se escondendo, dizem que anda meio esclerosado, em estado vegetativo, outros que morreu, outros que apenas está dando um tempo, ou ainda que anda por ai a toa... Creio que continua vivo, dentro de todos nós, dentro dos cenários undergrounds e vagando por ai.
O rock que cultiva amores, ícones, conta a história da sociedade da época, move multidões, cultiva amores platônicos, em especial por homens que já partiram ou com os quais se cultiva na memória uma imagem que jamais envelhecerá, mas afinal, quem já não os teve?!
Brindemos à esse amor que se estende por gerações, ao cd do Creedence da minha mãe, aos vinis que muitos de meus amigos roubam dos tios, às vitrolas, à velha pergunta cretina : Beatles ou Stones, ao Woodstock, a beleza e imortalidade de nossos grandes ícones.
Eu desejo que tenhamos ainda boas levas de musicas e bandas, que muitas gerações ainda sejam conquistadas pelo rock e sua beleza excêntrica e verdadeira, que continuemos com as críticas sociais.
Paz, amor e rock'n'roll!

sábado, 4 de julho de 2009

Pure and Easy

É difícil captar a essência de nossa própria existência. É difícil captar os momentos para poder descrevê-los, quanto mais os minutos se esvaem mais complexo parece conseguir englobar, exprimir, tentar fazer-se sentir através de palavras, algo impossível e todos sabem disso. Porém o homem sempre irá tentar o impossível, tem incrível vocação para tal. “Somos nós os grandes deuses” teoria meio budista que eu adorava espalhar.

O impossível, o inalcançável, o bom, o puro, o infinito, tudo que parece intocável, muitas vezes é apenas imperceptível, que já se tem. Como dizia uma poesia que marcou minha infância.

Céu - Manuel Bandeira
A criança olha
Para o céu azul.
Levanta a mãozinha.
Quer tocar o céu.
Não sente a criança
Que o céu é ilusão:
Crê que o não alcança,
Quando o tem na mão.

Eu sempre busquei o mais complexo, o mais excêntrico, sempre tentei na verdade não conseguir. Sempre quis fugir, sempre querendo ser forte e inabalável, inatingível e ao buscar isso mais fraca não poderia ser.

Sempre me afastei das coisas suaves, simples e puras, tinha medo de contaminá-las, e acabei eu me intoxicando com o próprio veneno. Com medo de estragá-las ou de nelas viciar procurei outras drogas as quais demorei a me libertar, mundo fútil dos interesses, do querer sentir sem ao menos ter algo para tal, havia apenas uma vontade fútil.

Não se acreditava porque com isso se iludia.
Busquei me jogar na ressaca que sempre busquei fugir em uma atitude meio junkie que não tem nada a perder. Assim acabei me perdendo e me reencontrando, consegui então sentir a sístole e a diástole pela primeira vez apesar de viver a tantos anos. Senti o sangue jorrar, se espalhar, senti cada célula do meu corpo, senti como é existir, toquei a existência e por ela agradeci, oh sonho denominado vida.
Muito obrigada por estar de volta.