domingo, 22 de abril de 2012

Quebra do Silêncio


Disse aquilo que não deveria o grito que obstruía minha fala e se quedava silencioso a brandar em minha alma. Preferi dizer sabendo que iria doer e inflamar, no entanto, inflamação aguda, que tende a se regenerar em algum momento, melhor do que essa inflamação crônica do silencio que fica me destruindo de forma silenciosa, que nunca vem à tona, que corroí por dentro: o pior dos males da caixa de Pandora, a Esperança. Ela em sua forma latente, cega, surda e muda.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

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Poderia na não-existência o vazio existir?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Arrepio

Finalmente um primeiro contato, leve afago, continuação exponencial; do simples tocar, quase sem querer, a cena é cortada para um beijo; ao mesmo tempo que os lábios se encontram ela sob sobre seus quadris; movimentos pélvicos pronunciam detalhes das cenas vindouras.

Após tanto tempo a trocar de olhares, tantas declarações no silêncio, tudo virava concreto, tocável, moldável... Os sussurros substituíam as palavras, a respiração seguia no ritmo descompassado das mãos que exploravam o desconhecido.

A cena muda novamente. 
Seguem par a o quarto, iluminação baixa, suficientemente apropriada. As roupas a caírem no chão de modo dessincronizado, a pressa expansiva maestra a cena. O parnasianismo afasta-se e esconde-se não há porque buscar o belo, simplesmente por ele. Buscam o sentir e não mais admirar, toda a estética dá lugar à profundidade.

Caem as roupas, assim como eles, da cama, a embriaguez joga seus efeitos sob a atmosfera, o cair não interrompe o acontecer, estende-se sob ele, encoberta, encobre.  A temperatura aumenta, os sussurros tornam-se urros, a garrafa de vinho é entornada, abre-se a janela. A lua ilumina as faces enrubescidas, e da mesma forma dessincronizada tudo recomeça  como se fosse o primeiro encontro, então se repete, repete, reee-pete, reptee... repet...

Passeio noturno e cambaleante sob a lua, sobre as ruas, pelos bares. 
Só então o cair dos olhos, o desmaiar do corpo, um sobre o outro.

Pico de cortisol, os olhos abrem, recomeçam os encontros. O mito é comprovado de modo suave, com resquícios do vinho, notas de empirismo e discordâncias. Breve momento no qual o tabu é quebrado e palavras prounciadas;
-Você havia se planejado para isso?
-Não, apenas sonhado.
Nada mais precisava ser dito, eram apenas sussurros


Foto: Martin Kovalik
Um dos meus favoritos