domingo, 7 de agosto de 2011

A Epístola

Deu-me vontade de enviar-lhe esta epístola
Para que ela esteja aonde não pude estar,
Para que ela seja tocada e sentida por ti,
Para que ela se misture as suas coisas
E seja guardada em um canto obscuro,
Mas não perdida,
Para que ela leve uma parte de mim...
E esta, esteja contigo.

Tentando que esta leve tudo que eu sinto,
Faça-me esquecer tudo isso,
Que me perturba noite e dia.

Para que essa parte de mim,
Seja, dentro da gaveta, esquecida.

Seja reencontrada em alguma limpeza
E dela surja apenas um sorriso,
Como quem acha algo há muito tempo guardado,
E se lembra de um tempo que não volta mais.

Que fique ela junto aos teus livros,
Junto com a inspiração dos mortos,
Que em mim tu tornaste viva.

Entretanto, está carta não tem endereço,
Seu destinatário será apenas algum canto na minha gaveta:
Um lembrete para parar de agir como uma idiota.

Poderia apagar-te de todas as lembraças
Todos aqueles pequenos detalhes,
Os quais insistem em debochar de minha atual situação.

Mas de nada adiantaria,
Minha própria mente iria continuar
A sabotar-me diariamente.

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