segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mundo Mecânico (Admirável Laranja)

Em um futuro não muito diferente dos dias atuais a humanidade passa seus dias a promover seu intuito mor, seu maior objetivo, sua única crença, O SISTEMA. Mas um homem foge as regras.

Acostumado a acordar todos os dias e cuidar da sua plantação de milho, o homem isolado da sociedade, mas não das pessoas passa seus dias a filosofar sobre seus sonhos, a viagem de seu espírito por vidas passadas. Lá ele se encontra buscando evoluir tal como Platão, lá se encontra ele esperando pelo fim do ciclo, evoluindo e esperando um novo começo mais fácil e uma nova vida melhor. Conhecia ele através de suas viagem todas as sutilezas entre a vida e a morte, entre o céu e a terra, nunca jamais havia duvidado, então sua vida era plena e tranqüila. Não esperava pela morte e sim por um recomeço.

A sociedade da época desse “homem bucólico e arcaico” segundo julgamento da própria ia padronizando as pessoas, seguindo o que até então era visto como artimanha do inimigo vermelho. Essa sociedade aboliu assim como seus inimigos as crenças, mas passou a louvar Comte. Seus messias eram cientistas e seu altar mesas frias de mármore, seus santos uma série de tubos como aqueles de xarope de morango, mas que ao invés do desenho da fruta ostentam símbolos químicos e indicam grau de pureza e molaridade. A visão de religião desse povo é tida como algo provinciano e ultrapassado, como uma série de mitos sem sentido para aquilo que a ciência não conseguia explicar, uma visão como a nossa sociedade atual tem do paganismo grego. A polêmica da divulgação dos resultados de experimentos sob a vida após a morte já era página virada, o vaticano agora já havia sido derrubado depois de uma série de escândalos de corrupção e acusados com pena perpetua pelo pior dos crimes: Impedir o avanço da ciência.

Vizinha ao homem fora dos padrões vive então uma mulher de aproximadamente seus 50 anos, que passa a vida dedicando-se a ciência como trabalho e ao capitalismo como hobbie. Imersa em seus deveres de cidadã demorou a notar a existência de um homem que morava ao lado de sua imensa casa moderna, seu vizinho parecia lhe não saber aproveitar o espaço de sua residência, ao invés de sala de jogos, bar, espaço teen, cinema, playground, piscina ou quadra de tênis, o velho senhor tinha uma plantação de milho. Isso demorou a ser notado, pois envolve uma curiosa história sobre o dia que a mulher foi obrigada a ver através de seus altos muros, pois teve que andar a pé 10 m, a história desse evento absurdo contarei a vocês qualquer dia.

Saindo então de sua residência, a mulher percebe que seu vizinho não tem altos muros cercando sua morada, criando então um novo hobbie, vigiar o excêntrico proprietário, isso a fazia se sentir bem e gerava-lhe certa nostalgia, havia crescido assistindo aos ultrapassados programas de reality show 24hs por dia. Com isso acaba por ficar apavorada ao descobrir as crenças de seu vizinho e resolve ligar para a polícia investigativa. Pouco tempo depois o homem é levado e sua casa lacrada e implodida, dando lugar ao progresso de mais um condomínio fechado.


Continua...

Ou não...

6 comentários:

Unknown disse...

nossa!!! mto legal talita
tu ta de parabéns

Juliana Maria. disse...

Humn... Legal!
Mas não mexeu muito comigo.

Beijos =)

Anciã disse...

É, se Laranja Mecanica não mexeu isso não mexeria...

Juliana Maria. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana Maria. disse...

Não é que Laranja Mecânica não mexeu, só não achei o filme extraordinário. E não tive chance de ler o livro.

enfim... =)

Guilherme Zocchio disse...

Essa sociedade, inspirada nas suas antecessoras - até mesmo naquela daquele deus de castigo, atento ao pecado -, criou, agora com os muitos avanços das ciências, então outras formas de vigir e punir.

Ou, se você quiser, parece a rede globo (podendo ser trocada por qualquer outro grande veículo da comunicação), qualquer pequena burguesa profana daqui e o MST. Cada um com seu papel.