quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Anamnese

Ela adentrou o consultório com um medo quase infantil, roupas adolescentes, um jeito desalinhado, cabelo despenteado e olhar indiferente.
Sentou no divã como quem senta na cadeira do dentista, sem dirigir nenhuma palavra ao analista...
(Psicólogo, psicanalista, psiquiatra... Nem ela mais sabia; poderia até ter recorrido, por engano, a um neurologista ou neurocientista...)
Sentou-se de modo sem jeito e seco; sentindo-se como uma mulher em sua visita rotineira ao ginecologista... Sentia-se tanto ou mais exposta que em tal circunstância.

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