domingo, 29 de agosto de 2010

Rosemary faz as malas

Vou-me embora... Para Pasárgada ainda não, é tarde demais, nos dias atuais encontraria apenas um sítio arqueológico, outra que alcalóides não me interessam, não utilizo nem a tão querida por todos: cafeína. Nem aprecio a maligna nicotina...

Mudar-me-ei para perto da praça, mas espero não rever aquela velhinha alimentando os pombos, até ai tudo bem se ela não pegasse a bengala e tentasse os acertar em quanto gargalhava com uma boca sem dentes...

Vou sair do cortiço que vivo: um prédio antigo típico da trilogia do apartamento de Polanski. Espero não mais acordar com a cama da vizinha de cima a ranger cada vez mais rapidamente até parar, esperar uma meia hora e retornar, outro vizinho diz que ela ganha para isso, o que não me interessa e preferia não saber. Não mais serei acordada pela vizinha de baixo que sabe o horário que chego e saio, a qual me acorda e irritada pede para eu fazer silencio. Não escutarei mais o vizinho imitando Fudêncio fazendo um discurso de ganhador do Oscar, nem sentirei do nada cheiro de maconha, ou alguém assobiando Guns.

Numa dessas acordei por volta das quatro horas da manhã de um dia útil com a voz e o choro de uma mulher desesperada a qual dizia: “Oh meu Deus, o que foi que eu fiz?”. Eu pensei “Minha nossa, ela matou o marido e se arrependeu”. Mas não, isso era apenas uma das muitas brigas que viriam dali para frente.

Aqui o pessoal é bem diversificado, tem gay, lésbica e travesti, tem estudante, filhinho de papai... Renderia tudo isso uma bela história desse prédio tão antigo, mas o que eu fiquei sabendo foi por mero acaso, por mim preferia não saber de nada disso, mas ai não teria essa história para contar. Acho que enfim poderei dormir em paz.

3 comentários:

Anônimo disse...

Aaai ai...Então boa noite! :)

Anciã disse...

Hahaha.... Boa

Guilherme Zocchio disse...

"vizinha [...] que sabe o horário que chego e saio, vizinho imitando Fudêncio [...] cheiro de maconha [...], alguém assobiando Guns".

Bastante gente parecida por aí, né!?