quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lá e em outro lugar

Procure o melhor gramado da cidade, onde os lagartos vão passear, com pinheiros e sombra, um oásis em meio ao deserto, ao calor infernal que faz até a alma suar, lá ele comigo está. O lugar se torna melhor a noite, sob um céu limpo, abaixo do infinito estrelar, o cheiro etílico causa arrepios. O cheiro do vinho emana no ar a se espalhar com o vento noturno em harmonia com o som das ondas de Netuno a nos observar.

Distante de tudo, perto do imenso, talvez eterno e cíclico universo, deitada na grama sinto ele me chamar, poderiam as leis da gravidade sugar-nos?! Cairmos par cima e flutuarmos juntos, soltos, leves e eternos perto do tudo, longe do nada...

Com ele voltei no tempo, consegui estar de volta em um dos nossos primeiros encontros com toda aquela incerteza excitante pairando no ar, toda aquela duvida, aquele suspense que faze com que o tempo pareça infinito. O que parece nunca voltar de repente esbarra comigo em uma esquina sem pedir desculpas e fica na minha mente.

Dias depois o mar nos aguardava, as ondas traziam um movimento leve e iam me puxando, mesmo com água apenas até a cintura eu ia sendo levada, no meio do oceano eu flutuo e continuo a sentir esse movimento fluido, vejo uma lancha a balançar e o pé de um homem que dormiu com a nostálgica coletânea do Creedence.

Lá estamos nós dois na grama do infinito com uma garrafa vazia de vinho.

2 comentários:

Juliana Maria. disse...

Isso foi maravilhoso!

Esse seu medo de sair voando...hehhehe

=*

Anônimo disse...

Aah tão bonitinho!=]
Bjão!^^