domingo, 17 de janeiro de 2010

Sons

Em meio a uma multidão de sons,
Onde nada se consegue escutar,
Ela estava parada com um olhar
aquele que busca alguém chamar.
Aquele olhar fixo para um conhecido,
o qual parece não notá-la.
A culpa é da multidão,
a qual atrapalha seus chamados
e pedidos de atenção.
Nesse mar de pessoas e solidão.
O único zumbido nítido é uma pré-adolescente,
- entediada como 11 em cada 10 deles –
ao esfregar seus chinelos no chão.
As linguagens se misturam, modificam-se
tornam-se dialetos desconhecidos e exóticos.
Como uma fenda que se abre,
E lhe transporta, para um país desconhecido.
Ninguém fala a sua língua.
Não há tempo, sentido ou espaço.
Apenas o delírio e deleite coletivo,
mudo e ensurdecedor.
Tudo se confunde no nada.
Em meio a bafurdia, eis que surge a inspiração.

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