domingo, 2 de outubro de 2011

Holometábolo

Deu-se a metamorfose, não tal como a de Kafka, de forma alguma, não tinha a menor semelhança com espécie nenhuma de coleóptero. Todos comentavam sobre sua mudança, ela o contemplava também, entretanto demorou a se convencer, de fato, que não era mais a mesma.

 Sentia que poderia ir mais longe, empolgo-se e caiu, resolveu ir com calma e adaptar-se a essa nova condição de ser alado. As formas eram outras, seu modo de vê-las também. O sorriso que povoava seu rosto era mais constante e mais firme, não mais apoiado nas muletas do surrealismo. Agora tudo parecia mais sólido, palpável, tudo parecia ter mais forma.

Mas o surrealismo também esteve lá, onde as vontades se transformam em verdades tão logo são concebidas já se encaminham para o plano do real. Era tudo uma questão de tempo até sentir-se ambientada a sua nova situação. Tudo sempre foi questão de tempo: Torna-te quem tu és.

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