segunda-feira, 12 de julho de 2010

Falecido marido

Que saudades sinto de meu falecido marido.
Sentir o frio do cobertor gelado, passar as noites ajunto ao travesseiro me traz nostalgias imensas.

As noites que costumavam ser acompanhadas de uma bela taça de vinho tinto, de declamações de poesias em torno da lareira no inverno, não mais existem, minhas noites se tornaram vazias e tristes. Ele se foi cedo, com seu corpo jovem e até então cheio de vida. Lembro-me como se fosse ontem... Em uma noite quente de verão ele nu a observar a luz dos carros à meia luz da rua... Seu corpo remetia-me a uma estátua grega... Seu corpo pálido e magro remetia-me aos romantistas e eu ficava a inventar poemas, os quais escondia por seu alto teor sexista. Lá estava ele a segurar seu cigarro, de forma impositiva, de um jeito meio junkie remetendo-me a vários homens sexys desse gênero... Não gostava do cheiro do cigarro, mas o jeito que ele o segurava era incrível.

Porem essa beleza auto-destrutiva o levou de mim para o Olimpo, pra nunca mais voltar.

Agora só restam saudades em minhas noites frias...
As vezes surpreendo-me enganando-me, com a ilusão de que ele fora apenas comprar cigarros e nunca mais voltou. Ás vezes sinto que ele forjou a morte apenas para me ludibriar, pois as vezes quando estou só a andar pela cidade sinto seu cheiro e não vejo ninguém por perto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahaha tem muita informação nesse texto, gostei!